Psicologia Escolar a serviço da cidadania
Gilberto, de 11 anos, acorda cedo, às 6h da manhã. De casa até a escola, pedala aproximadamente três quilômetros todos os dias. Empolgado com a oportunidade de renovar a troca de experiências com a professora e com os amigos, ele agora tem uma motivação a mais para se esforçar nos estudos: a ajuda e acompanhamento de acadêmicos de Psicologia da UNIP.
É que, ao lado de outros 17 colegas da quarta-série da Escola Estadual “Adolfo Hetch”, ele é atendido por um grupo de seis estudantes do quarto ano de Psicologia da UNIP de Araçatuba, que, com muita criatividade, desenvolvem um trabalho voltado ao acompanhamento e à promoção escolar. No encontro de todas as quartas-feiras à tarde, as alunas utilizam, além da ciência, a pintura, recorte e colagem, jogos, brinquedos educativos e música, para ajudar crianças a vencer suas deficiências na escrita, leitura ou cálculos, que podem levar à reprovação.
Os resultados obtidos não são só traduzidos em números, notas ou letras. Eles se refletem nas ações solidárias progressivas entre os alunos, na melhora do comportamento, na participação em sala de aula e na compreensão dos motivos que os levaram à reprovação, estimulando-os a continuar estudando e prosseguindo nas séries seguintes.
O trabalho das universitárias Mariane, Débora, Larissa, Jaciara, Nilva e Carina tem a supervisão da professora de Psicologia Escolar e Problemas de Aprendizagem, Cláudia Gomes, e começou em outubro de 2003, com um estudo sobre o aproveitamento do aprendizado dos alunos para entender as dificuldades no acompanhamento das aulas.
Graças a um acordo firmado pela escola “Adolfo Hetch” com a UNIP e a ONG Nosso Canto, elas podem aplicar na prática aquilo que é aprendido nas salas da Universidade. As alunas acreditam que o ser humano não constrói sua história sozinho e, portanto, recorre às relações interpessoais e ao meio externo para viver. Por isso, elas criam atividades educativas, culturais e recreativas com apelo à cidadania, à solidariedade e ao resgate do amor pela escola.
O processo de avaliação dos alunos inclui, ainda, nas etapas seguintes, a participação de professores e diretores. Isso permite que eles reúnam condições para agregar criatividade no processo de aprendizado, além de conquistar a atenção dos alunos e estimular a formação socialmente responsável dos futuros cidadãos, característica que identifica a missão dos educadores e dos membros da ONG Nosso Canto. (João de Paula / Vânderson Pires – Nossa Força)