Histórias da vida de um tetracampeão
Mario Jorge Lobo Zagallo, tetracampeão mundial de futebol e atual coordenador-técnico da Seleção Brasileira, foi o convidado da UNIP para participar do Programa Multiensino, falando sobre As 13 letras que compõem futebol-paixão e amor ao esporte, no campus Indianópolis, no dia 24 de setembro. A palestra teve transmissão via satélite, em tempo real, para todo o Brasil, através da TV Web UNIP e da Rede Brasileira de Integração (RBI), sintonizada em São Paulo no canal 14-UHF, e em Brasília no canal 17-UHF.
Em um bate-papo descontraído, Zagallo contou histórias de sua vida pessoal e profissional e respondeu curiosidades do público presente. Começou narrando que, quando criança, jogava bola no gramado do Estádio do Maracanã. Sua carreira como jogador juvenil iniciou-se no América do Rio de Janeiro, no final da década de 40. Nessa época, foi servir no Exército e, como soldado, pôde acompanhar a partida final da Copa do Mundo de 1950, quando o Brasil perdeu o título para o Uruguai.
Quando saiu do Exército foi transferido para o Flamengo, onde conquistou o tricampeonato carioca. Para quem não o viu jogar, o Velho Lobo definiu seu estilo: “Eu era driblador, não era muito de fazer gols, mas com o tempo aprendi a ter mais flexibilidade em campo, a ser mais tático”.
Em 1958, Zagallo chegou à sua primeira Copa do Mundo, na Suécia. Esteve para ser cortado da lista de convocados, mas começou a mostrar mais raça e mais vontade em campo, conseguindo superar a concorrência com os jogadores Pepe e Canhoteiro.
Quando retornou da Suécia, foi transferido para o Botafogo. Lá, jogou ao lado de Garrincha e continuou na seleção, ainda como jogador, conquistando o bicampeonato mundial, no Chile.
Aos 34 anos, trocou os gramados pelo posto de treinador do time juvenil do próprio Botafogo, onde logo conquistou o título carioca da categoria. Depois de conquistar títulos também na categoria principal, Mario Jorge Lobo Zagallo foi escolhido para substituir o técnico João Saldanha no comando da equipe que disputaria e conquistaria a Copa de 70.
Para Zagallo, o fundamental para o sucesso de um treinador é saber escolher. “Aquele que é líder tem que saber escolher pessoas capacitadas para ter sucesso, porque ninguém ganha nada sozinho. Tem que escolher bem os jogadores e a comissão técnica”, disse.
O coordenador-técnico da seleção ainda participou da campanha do tetra, como auxiliar-técnico de Carlos Alberto Parreira. Voltou a dirigir a seleção em uma Copa do Mundo, em 1998. Essa Copa foi marcada pela polêmica convulsão do atacante Ronaldo. “Nós não perdemos esse título por causa desse acontecimento. É claro que isso mexeu com os jogadores, porque eles viram o que o amigo passou. Escalei o Ronaldo porque ele pediu para jogar e não houve objeção dos médicos”, contou.
E Mario Jorge Lobo Zagallo não se esqueceu de explicar como surgiu sua superstição com o número 13. Ao contrário do que pensam, ele não escolheu esse número porque todos acreditam que dá azar, e sim por causa de Santo Antônio, de quem sua mulher é devota e cujo dia é comemorado em 13 de junho.
Apesar de tantas glórias e conquistas, Zagallo já tem traçado seu próximo objetivo: o hexacampeonato mundial. “Tenho certeza de que o Brasil conquistará esse título na próxima Copa. O time é muito bom e tem capacidade para isso”, acredita.
Para finalizar, a aluna da UNIP e jogadora da seleção feminina de futebol, medalha de prata nas Olimpíadas de Atenas, Juliana Ribeiro Cabral, foi homenageada no evento.